Ana_irishwedding
Você toparia se casar com um homem e se mudar com ele para o Bahrain? Mesmo o conhecendo há apenas 8 meses? E o tendo visto somente uma vez nesse período? O nome disso não é loucura nem coragem. O nome disso é amor. 

Pelo menos, essa é a história de Ana, que trocou Santo André, o pão de queijo da família e o barzinho com os amigos para viver, de papel passado, com o irlandês Ross. “Não vou dizer que a decisão de me mudar, casar e ir morar super longe foi fácil, mas também não foi uma tragédia porque, em uma das pouquíssimas ocasiões na minha vida, eu sabia que estava tomando a decisão certa e que seria feliz com ele”.

Ana e Ross conheceram-se pela internet e, logo de cara, surgiu aquela inexplicável afinidade. “A gente sempre conversou de peito aberto e assim descobrimos que queríamos as mesmas coisas, o que foi fundamental”.  Eles já namoravam virtualmente há seis meses quando o primeiro encontro foi marcado. Ela estava em Londres para o casamento de uma amiga. “Nem dormi direito de tanta ansiedade e lá fui eu, sozinha, de manhã cedinho, encontrar o Ross. A gente se viu, se abraçou, se beijou e foi tudo muito natural. Acho que, mesmo sem o lance do ao vivo, a gente já se conhecia muito bem. Passamos duas semanas grudados e voltei para São Paulo aos prantos. Dois meses depois, fui de mala e cuia para a Irlanda do Norte para a gente se casar”.

E a aventura a dois começou em um lugar ainda mais inusitado, principalmente para a nossa cultura: o Bahrain. “Foi uma experiência muito diferente: a mulherada ocidental não precisa usar burca, mas era melhor cobrir os ombros e não usar nada muito curto. No mais, é uma existência meio artificial: os expatriados estão lá para juntar dinheiro e vivem cercados de criados e babás, o que é impossível com os preços dos salários aqui. E imoral também”.

Um ano depois, eles voltaram para a Irlanda e começaram um novo projeto de vida. Compraram uma casa e a família segue crescendo: já adotaram um cachorro (o Samba!) e faltam poucas semanas para a chegada do bebê Benjamin. 

Por mais que bata saudade “de simplesmente botar uma roupinha e uma havaiana e ir tomar uma cerveja com o pessoal no boteco”, ela nunca teve dúvidas de que fez a escolha certa. “Não teve essa coisa de um abrir mão do próprio plano para engrenar no do outro: nós construímos o nosso juntos”.

Ana sabe que, às vezes, até é preciso “ tomar uma dose tripla de coragem ou o vinho do leão do Mágico de Oz ou uma jurubeba bem forte” para mudar a vida assim. Só que a verdade é que ela não trocou tudo por amor. Ana escolheu o Amor. S2