Emília não gostava de música, encontrava-se nos livros. Não sonhava com o príncipe encantado, mas em ser livre. Por isso, tinha sempre um verbo afiado na boca. A família e as amigas não se conformavam e a obrigavam, vez ou outra, a sair de casa. Foi em um baile, o evento mais esperado pela pequena cidade, que ela conheceu um rapaz de cabelo engraçado e óculos redondo. Sua voz tinha um ritmo diferente e suas mãos bailavam com o vento, como se ditassem as notas ao seresteiro.
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