
Foi Caio Fernando Abreu quem melhor expressou o que eu sentia sobre Clarice Lispector. “Ela é demais estranha”, escreveu à Hilda Hist. “Ela é exatamente como seus livros: transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e de uma amargura impressionantes. (…) Tem olhos hipnóticos quase diabólicos.”
É claro que eu não cheguei a conhecê-la pessoalmente e, talvez, por isso nunca tenha tido “febre e taquicardia” como o escritor gaúcho. Só que ela também sempre causou em mim uma perturbação com seus textos, suas analogias profundas, suas personagens sofridas, suas frases enigmáticas e seus desabafos literais. Eu nunca consegui dizer “gostei”, mesmo compartilhando, vez ou outra, daquela “felicidade clandestina”.
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