Sou óbvia, sou única
Sou fria, sou úmida
Sou uma praia paradisíaca
Sou areia movediça
Continuar lendo “Quarta-feira de Cinzas”Sou óbvia, sou única
Sou fria, sou úmida
Sou uma praia paradisíaca
Sou areia movediça
Continuar lendo “Quarta-feira de Cinzas”Às vezes, as palavras ficam entupidas. Não é um simples bloqueio criativo; é uma obstrução provocada pela recusa dos neurônios a fazer certas sinapses. Talvez haja algo que ainda não pode ver a luz do dia; talvez esse algo esteja ainda sendo gestado.
Continuar lendo “U m m i n u t o d e c a d a v e z”depois de dois verões
o inverno chegou
a neve lá fora
alonga os minutos aqui dentro
Continuar lendo “Folha em branco”O céu ainda está escuro quando ele se senta em frente à janela do segundo andar do sobrado cor de terra. Passa o dia a observar o horizonte, sem esboçar uma reação, além de um discreto sorriso, perceptível pela covinha atrevida na bochecha direita. Parece inerte, quase apático, mas a verdade é que o seu interior está inundado pelo mundo à sua frente – a temperatura, os cheiros, os barulhos, os seres.
Continuar lendo “A janela no homem”A jovem sentada à beira do rio tinha os olhos no balanço das águas ou, pensei, nas batidas da música que escapava pelos discretos fones. Seu cabelo liso escondia o rosto lavado por lágrimas, derramadas por um passado que teimava em se fazer presente. Seu olhar não conseguia disfarçar a tristeza que lhe acometia e que por tantos passava despercebida.
Continuar lendo “O rio”Tirei essa foto na porta de uma igreja enquanto espiava o casamento de um jovem casal. O noivo chegou acompanhado dos amigos, em motos que rosnavam. A noiva foi mais discreta, em um carro pequeno, onde só havia espaço para ela e os pais. Quando entrou na igreja, ele chorou copiosamente. As lágrimas de amor dele provocaram os neurônios-espelho dos demais, inclusive de quem nem os conhecia. 0/
Continuar lendo “O Amor”O sonho deste paulistano anônimo sempre foi ser caminhoneiro, pois se existe um lugar onde se sente confortável, é atrás de uma direção. Ele começou a trabalhar cedo – aos 5 anos, já entregava os sapatos engraxados pelo pai, analfabeto e portador de deficiência, que nunca deixou faltar em casa arroz, feijão, farinha e carne. Além de lustrar sapatos, ele também cuidava dos jardins da vizinhança, cultivando no filho valores nunca esquecidos.
Continuar lendo “Conduzindo a vida”Telma era uma adolescente quando ouviu o chamado da vida: transformar a vida das pessoas. Entrou na faculdade de Psicologia e, para ter uma visão mais crítica e mais lúdica, emendou na Psicanálise e na Pedagogia. Suficiente? Não, ela precisava atingir o coração e a mente das pessoas e por isso foi atrás de um MBA de Planejamento Estratégico. Incansável, arranjou ainda fôlego para fazer Teologia.
Com a Amanda foi diferente: 5 faculdades no currículo – 4 incompletas e uma em andamento – não foram suficientes para decidir por um caminho. O pai, que se encontrou em um workshop de mindfulness, pensou que seria útil para sua princesa um curso alternativo e inspiracional com o título “Como encontrar um trabalho que você ame”. Foi o presente de Natal da filha.
Continuar lendo “Já escutou o seu chamado?”