O céu ainda está escuro quando ele se senta em frente à janela do segundo andar do sobrado cor de terra. Passa o dia a observar o horizonte, sem esboçar uma reação, além de um discreto sorriso, perceptível pela covinha atrevida na bochecha direita. Parece inerte, quase apático, mas a verdade é que o seu interior está inundado pelo mundo à sua frente – a temperatura, os cheiros, os barulhos, os seres.
Continuar lendo “A janela no homem”Passei muito tempo com saudade de mim, querendo acelerar o tempo, rogando ao vento, para trazer o futuro para mim.
Hoje eu sei que vivia desafinada, completamente fora de tom; não escutava a sinfonia da vida, não sabia que viver o presente é um dom.
É preciso sentir as estações e falar a língua da natureza; é preciso ver além das ilusões e escutar a sabedoria do próprio coração.
Libertar o silêncio, aquele que mora bem aqui dentro, é tarefa para uma vida inteira, e não se aprende de outra maneira.
Com o futuro ausente, cada dia vira um presente, uma aventura a ser desbravada, uma memória a ser criada.
Sem pressa, sem regras, sem amarras, sendo livre…
Agora.


