
Foi conjugando verbos que me tornei fã do presente do indicativo. Passei a questionar por que fugimos dele, abraçando estrangeirismos ou vícios de outros idiomas. De onde vem esse medo de se lançar em sua simplicidade e objetividade?
Estamos tão inundados de caos, remorsos e expectativas que preterimos o agora, a oportunidade de viver essa momento sem replay, indicativo inegável de quem somos, das nossas escolhas e da nossa visão de futuro.
Ao conjugar qualquer verbo no presente do indicativo, reconhecemos que a vida acontece nesse exato momento, que somos protagonistas, seres de ação, corajosos e ousados por essência. Não somos engolidos pelos acontecimentos, pois desfrutamos do que é, desapegando do que foi, construindo um será. A incerteza perde contorno, a espontaneidade ganha brilho.
Assim, desperto, escrevo, sinto, choro, corrijo, rabisco, rio, reconsidero, respiro e recomeço. Uma palavra por vez.

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