O sonho deste paulistano anônimo sempre foi ser caminhoneiro, pois se existe um lugar onde se sente confortável, é atrás de uma direção. Ele começou a trabalhar cedo – aos 5 anos, já entregava os sapatos engraxados pelo pai, analfabeto e portador de deficiência, que nunca deixou faltar em casa arroz, feijão, farinha e carne. Além de lustrar sapatos, ele também cuidava dos jardins da vizinhança, cultivando no filho valores nunca esquecidos.
Continuar lendo “Conduzindo a vida”“Covarde!”
“Estranho!”
Os humanos estavam cheios de adjetivos maldosos para o girassol que permanecia estacionado à beira de uma das avenidas mais movimentadas da cidade. Nada parecia afetá-lo: nem os xingamentos, nem as buzinadas, nem as gargalhadas.
Continuar lendo “O girassol que tinha medo de atravessar a rua”
Os amigos estranharam a aparência de Heloísa, que desembarcara do México usando nada além de calça jeans, camiseta branca e tênis. Estava sem maquiagem, não exibia aquele sorriso malicioso, nem destilava piadas e ironias entre frases tiradas dos diários da sua artista favorita.
Heloísa era conhecida por seu fascínio por Frida Kahlo e gostava de colorir seu mundo como a pintora mexicana. Seus cabelos só não eram mais longos que os colares que lhe caíam sobre o colo e alongavam sua silhueta. Flores sempre adornavam seu rosto ou roupa e, mesmo no calor tropical, não dispensava o uso de botas pesadas.

Ela tem página na Wikipédia e teve sua história retratada por jornais nos quatro cantos do mundo. Colette nasceu às vésperas da I Guerra Mundial e ainda carrega em si o espírito de La Belle Époque.
Continuar lendo “A pianista mais sábia do mundo”
O Smithsonian Institution resolveu recolher objetos que expressem às gerações futuras dos Estados Unidos o que foi a pandemia e como o país sobreviveu a esse marco histórico da humanidade. Ampolas das primeiras vacinas, materiais de proteção dos profissionais da linha de frente, fotos de cidades desertas, obras de arte, máscaras e mais máscaras.
Continuar lendo “Um momento na história”
Aprendi
que não caibo em uma caixa
que não me encaixo em rótulos
nem por mim mesma
nem por ninguém
Continuar lendo “Aprendi”Telma escutou. E morra de inveja: aos 15 anos. Ali, ainda adolescente, ela já sabia qual seria sua missão: ajudar a transformar a vida das pessoas. Com esse objetivo em mente, entrou na faculdade de Psicologia. Quando terminou, achou que ainda lhe faltava algo, uma análise mais critica, e então mergulhou na Psicanálise. Só que… Continuar lendo “E você? Escutou o chamado?”

Ela tem dia para chegar
mas também gosta de surpreender
aparecendo sem avisar
tentando mesmo me enlouquecer Continuar lendo “Infinda”