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Conceição Evaristo

Maria Firmina: A Voz que o Tempo Quase Silenciou”

Na ausência de fotos de Maria Firmina, sua obra-prima, em edição maravilhosa da Antofágica, com texto de Conceição Evaristo.

Maria Firmina parece repetir a sina de um país de memória curta e seletiva. Morreu doente, cega e esquecida e assim permaneceu por um tempo muito além do desejável.

Filha de uma escrava alforriada, ela desafiou as barreiras de seu tempo. Aprendeu as letras, tornou-se professora e não se limitou à sala de aula. Com uma mente afiada e indomável, foi compositora, cronista, poeta e romancista.

O Brasil ainda era colônia, vivendo do sangue e do suor dos escravizados, quando Maria Firmina se tornou uma figura ativa na imprensa e na sua comunidade no Maranhão. Foi assim, como “uma maranhense”, que ela lançou, em 1859, apenas nove anos após a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico negreiro, a obra Úrsula, que fez dela a primeira romancista negra da Língua Portuguesa, do Brasil e da América Latina.

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Como a leitura frutifica

Roberta: leitora, contadora de histórias e livreira, na sua Mandarina (Arquivo Pessoal)

Roberta nunca se esqueceu das visitas que fazia à casa da avó quando era criança. Ela nem sabia ler, mas já gostava de se acomodar junto à estante de livros. Lembra-se do esforço que fazia para segurar aqueles volumes de capa dura do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Cada página que virava era um tesouro que ela desenterrava. O cheiro abafado, aqueles que só os livros antigos sabem exalar, entorpecia a imaginação da menina, que degustava o formato das letras e se divertia com as ilustrações. Ali, meio sem querer, como uma brincadeira, Roberta abriu o primeiro de muitos portais mágicos de histórias.  Continuar lendo “Como a leitura frutifica”

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