Deixo a casa sozinha sem fone de ouvido, sem documento, condenada a desfrutar da minha própria companhia, do anonimato como uma fuga da rotina. Cruzo ruas e pensamentos, desvio de carros e sombras, reparo nas cores e ruínas de uma cidade que insiste em me lembrar da constante transição da vida.
Continuar lendo “Passeio no Parque”
Ele chegou de mansinho
sem aviso prévio
sem um assobio
sem burburinho Continuar lendo “A beleza do vazio”
Roberta nunca se esqueceu das visitas que fazia à casa da avó quando era criança. Ela nem sabia ler, mas já gostava de se acomodar junto à estante de livros. Lembra-se do esforço que fazia para segurar aqueles volumes de capa dura do Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato. Cada página que virava era um tesouro que ela desenterrava. O cheiro abafado, aqueles que só os livros antigos sabem exalar, entorpecia a imaginação da menina, que degustava o formato das letras e se divertia com as ilustrações. Ali, meio sem querer, como uma brincadeira, Roberta abriu o primeiro de muitos portais mágicos de histórias.  Continuar lendo “Como a leitura frutifica”