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Doce Viagem

O melhor da vida na nuvem

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pandemia

Sobre paulistanos anônimos, Mozart e Rachel Naomi Remen

A Flauta Mágica, espetáculo da UniÓpera

A ópera nem tinha começado quando aquela enfermeira me veio à mente.

“Você acredita que as pessoas aprenderam algo com a pandemia?”, perguntou ela, com uma voz suave.

O motivo da minha lembrança foi a vizinha que se acomodou na poltrona ao meu lado no teatro. Mal se sentou e a tosse cavernosa dela começou. Sua respiração era pesada, entremeada por fungadas de fazer inveja a qualquer porquinho. Para a minha total indignação, ela não usava máscara, nem cobria a boca quando tossia.

A enfermeira não me deu tempo para responder e já emendou:

“Às vezes, eu acho que não. Fico triste por elas, pois nunca mais fui a mesma. Talvez seja pelo que vivi.”

É claro que eu fui fisgada pela curiosidade e logo a incentivei a contar mais.

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Como uma onda…

Lulu e Lui

Lulu Santos, em sua participação em Vai Na Fé, contou que, durante a pandemia, a linha de frente de um hospital do Rio cantou diariamente uma música sua. “Como uma onda” tornou-se, então, uma canção de redenção.

O “indo e vindo infinito” pode nos trazer paz, mas também pode nos sufocar. Há momentos de marola, há momentos em que somos engolidos por ondas tão gigantes quanto as de Nazaré. Somos lançados ao fundo do mar, sentimos o sal rasgar a garganta, emergimos para tomar goles de ar.

Saímos dessa experiência sabendo que “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. Lembrei-me da história de um geólogo que, após presenciar um enorme furacão, disse a um jornalista que não via a hora de ir à praia. Em vez de destruição, ele esperava encontrar “uma nova praia.” Junto com ela, apesar de todo sofrimento, a promessa de uma nova vida.

“Tudo passa, tudo sempre passará”. Do jeitinho que o Lulu canta.

Ou, como diria Lui, “Vamos!”

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A queda do bunker

Pedro sabia que era um cara de sorte, mas não imaginava quanto. Quando o isolamento social começou, ele montou um verdadeiro bunker em casa: congelados no freezer, cadeira gamer, tela extra e cerveja, cerveja e mais cerveja. Virou um maratonista: de trabalho; de séries e filmes na Netflix; de lives e cursos dos mais variados. É preciso colocar nessa lista as conferências, não só de trabalho, mas com diferentes grupos, de familiares e amigos, para comentar tudo o que acontecia. Uma atrás da outra. Sem parar.

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Só uma palavra ou um estilo de vida?

Impermanência, palavra mais bonita, que me acalma e me anima a seguir com a vida; palavra mais assustadora, que me faz sentir oca, desesperada e sofredora.

Impermanência, lista provavelmente infinita: é dedo na ferida, lágrimas caídas, emoções vividas, imaginação viva.

Impermanência, que varre tudo: sentimento, experiência, conflito, relação, briga, birra.

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Nua

De todos os sonhos a se tornarem realidade, 2020 escolheu bem um que
mais se parece pesadelo: sair pelada na rua. A primeira vez (sim, teve mais de uma!) foi em um sábado ensolarado de Primavera. Nas primeiras horas da manhã, a cidade ainda adormecia e até os passarinhos pareciam mais preguiçosos. Lembro da brisa fresca, do colorido da árvores e da sensação de liberdade.

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A realidade à luz da filosofia

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Lúcia Helena Galvão, professora, poetisa e filósofa (Arquivo Pessoal)

Nem nesse período de isolamento social, a Professora Lúcia deixa de produzir. Ela não está cruzando o Brasil, de ponta a ponta, como costuma fazer, mas continua gerando conteúdo, promovendo palestras e participando de lives que desembaraçam Platão, Aristóteles, Cícero, Kant e outros tantos filósofos capazes de nos ajudar a compreender esse momento. “O grande desafio será, com certeza, reconstruir a vida quando a avalanche passar. Muita gente desempregada e faminta, e poucas soluções a curto prazo. É impossível pensar que as autoridades resolverão tudo, que “não é problema meu”. A autoridade que resolve, aí, é a humana, ou seja, a responsabilidade por sermos o que somos: seres humanos.” Continuar lendo “A realidade à luz da filosofia”

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