Impermanência, palavra mais bonita, que me acalma e me anima a seguir com a vida; palavra mais assustadora, que me faz sentir oca, desesperada e sofredora.

Impermanência, lista provavelmente infinita: é dedo na ferida, lágrimas caídas, emoções vividas, imaginação viva.

Impermanência, que varre tudo: sentimento, experiência, conflito, relação, briga, birra.

Impermanência, do que é constante e do que é mutável, da dor e do amor, do tudo e do nada, do sol e do vento, dos quatros elementos e de todos os momentos.

Impermanência, contrariedade e leveza, flexibilidade e resistência; memória e renovação; desapego e sossego.

Impermanência, fonte da vida, meu lembrete de todo dia a dia, a base do meu sustento, a superação dos meus tormentos.

Impermanência, me ensina e me cativa, me perturba e me consola, me deturpa e me transforma.

Impermanência, ação e fé, o que me mantém em pé, nos altos e baixos dos dias atuais, tão iguais e duais.

Impermanência, mais do que um conceito budista, uma receita comedida, um estilo de vida.