Não pense que Jacke não sabe o que é sofrimento. Ela já foi testada de todas as maneiras possíveis: uniões desfeitas, perda de movimentos, carreira interrompida. A vida arrancou-lhe lágrimas, provocou-lhe dor, mostrou-lhe seu lado mais sombrio. Só que essa gaúcha de São Gabriel nasceu com uma característica singular: alegria de viver.
Jacke parece ser uma dessas pessoas que veste uma armadura invisível – afinal, desconhece limites. Ela viveu muitos anos se protegendo de tempestades, mas as adversidades lhe ensinaram a baixar o escudo e a simplesmente se entregar. É assim que ela recomeça, aprende, inventa e se reinventa diante de toda e qualquer situação que a vida lhe apresente.
A menina de São Gabriel que conquistou a independência em Pelotas continua esticando as asas e mira, em 2018, objetivos ousados. Com as filhas criadas, ela resolveu se desfazer dos bens materiais e colocar em pausa a carreira para passar mais de um semestre se dedicando à meditação e ao trabalho voluntário no Uruguai, sob a orientação de Isha Judd.
Jacke é assim: livre. Ela ama tudo e todos, e transborda esse amor por cada célula do seu corpo. Não sente vergonha de se declarar para quem está ao seu lado; zomba gentilmente de convenções e títulos; desfaz-se com facilidade de julgamentos, pré-conceitos, obrigações e todo e qualquer apego. Enfrenta pessoas e desafios da mesma forma: com um sorriso de criança no rosto e um abraço apertado, capaz de transmutar dores em esperança, escassez em abundância, medo em…amor.
Com a bagagem, a mente e o coração leve, ela pretende iniciar mais uma dança com a vida. Porque ela é dessas que tira a vida para dançar e cria, com ela, uma coreografia única. Sorte de quem pode contemplá-la e, com coragem, se inspirar e celebrar a vida com ela. Ainda que de longe, com um discreto, desengonçado e singelo plié.
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