
Em 1 de março de 2019, Priscilla lançou um convite à conexão nas suas redes sociais. Pode parecer um tanto quanto inusitado, já que a humanidade nunca esteve tão plugada. De acordo com a Visual Capitalist, em apenas 60 segundos ou em um minuto, são enviados no mundo mais de 48 milhões de mensagens por Whatsapp e Facebook, 87 mil Tweets e 188 milhões de e-mails. Fora o tempo de YouTube, Netflix e Instagram, entre outros aplicativos. Só que ninguém sai imune desse tiroteio de demandas e informações, impulsionado por uma rotina cada vez mais acelerada.
Duas semanas antes de lançar esse convite, Pri, como é conhecida, gerenciava uma crise em casa: o marido, seu bebê de 9 meses e sua cachorrinha ficaram doentes. Ela, como várias mulheres ao redor do mundo, aguentou a barra sozinha. “Se ficar doente, quem cuida da gente?”, comentou. E foi esse o estopim para criar uma série especial, intimamente ligada ao seu propósito.
Pri ainda era menina quando ouviu, pela primeira vez, a palavra yoga, derivada do sânscrito Yuj, que significa unir. O Ministério de Assuntos Externos da Índia explica que, “de acordo com as Escrituras Yóguicas, a prática do Yoga leva à união da consciência individual com a da Universal, indicando uma harmonia perfeita entre a mente e o corpo, o Homem e a Natureza”. Acredita-se que a origem desta prática se mistura ao início da civilização, sendo Shiva, o deus da destruição e da regeneração, o primeiro iogue.
Ela, que nasceu em Maracaju (MS) e foi cursar Ciências Sociais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), começou a praticar yoga na faculdade, com técnicas de pranayama e a Saudação ao Sol, introduzidas por dois amigos. Após 700 horas de formação na Índia e nos Estados Unidos, começou a dar a aulas em 2011, um ano depois de se mudar para Los Angeles em um dos ciclos de transformação que viveu. “Eu estou em mudança constante. Isso faz parte da vida”.
Em 2014, ela abriu um canal no YouTube com o objetivo de oferecer aulas de yoga de qualidade para pessoas que de outra forma não teriam acesso a essa filosofia e prática. A proposta atendeu também um desejo muito forte de compartilhar ferramentas que se tornaram sua fonte de conexão com a sabedoria e a luz interior. “A yoga se tornou minha âncora e minha superamiga”.
A primeira série, 30 dias de Yoga, foi lançada em 2017 e fez tanto sucesso que seus seguidores pediram mais. “Eu sempre recebi muito feedback positivo e é por isso que o canal vive”. O YouTube não é uma fonte de renda e, ao contrário do que todo mundo pensa, dá muito trabalho produzir conteúdo. Pri, acredite, faz tudo sozinha.
Naquela semana de crise familiar, com todo mundo doente, Pri resolveu priorizar a sua prática, a positividade e os cuidados consigo para não ficar doente. Um dia, enquanto olhava suas redes, leu o apelo de uma seguidora por uma nova série. Ela já tinha completado os 30 Dias de Yoga cinco vezes, além de ter explorado os outros vídeos do canal, que virou seu estúdio particular, já que não encontra espaço ou aula na cidade onde mora. Quando leu aquilo, Pri soube que tinha, então, chegado a hora. “Eu criei o projeto em uma fase em que estava bastante cansada e precisava de um incentivo. Eu meditei, sentei na frente do computador ou diário e escrevo muito antes de filmar’.
A série 30 dias de Conexão foi gravada no quarto da casa onde Pri mora em LA. Os móveis foram afastados para abrigar o tapetinho de yoga e, eventualmente, a caminha da Sky, sua cachorrinha. As aulas, que tem em média 20 minutos, são bem democráticas: voltadas para iniciantes, yogues mais experientes, curiosos, todos os tipos de corpo e preferências. O único requisito é usar uma roupa confortável para ter liberdade para se movimentar. “Alguns dias você vai ser convidado a suar, outros a relaxar e até meditar”.
É uma série feita de coração para coração. “É uma forma de incentivar as pessoas a praticarem de forma consistente. E também de manter viva a chama de aprender, criar e compartilhar novas aulas. Acredito que todos nós poderíamos nos beneficiar de um tempo diário para nos conectarmos com nós mesmos”.
Bora?
Namasté!
22/08/2019 at 3:48 pm
Vou seguir essa menina. bjos
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22/08/2019 at 3:51 pm
Faça a série, Cris. É praticamente um portal para voltarmos a quem somos.
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