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Um encontro com Marina Colasanti

Marina, durante “Encontro com Escritores”, promovido pela Casa Museu Ema Klabin

“Sou completa”, disse a elegante senhora, sem falsa modéstia ou arrogância. Artista plástica, ilustradora e escritora, Marina Colasanti, a dona de quatro Jabutis, entre outros prêmios, encanta com a sua sabedoria e simplicidade.

Aos 85 anos, ela tem a elegância de quem não se rende a modismos, de quem não quer convencer ninguém de nada, muito menos carregar ideias ou palavras de outras pessoas só para agradar ou se sentir parte de algo. É daqueles raros seres que mais querem ouvir e refletir do que falar, mesmo sendo o centro e a razão de encontros como o promovido pela Casa Museu Ema Klabin, um dos espaços mais privilegiados, em todos os sentidos, de São Paulo. 

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Conduzindo a vida

JacksonDavid/Piaxabay

O sonho deste paulistano anônimo sempre foi ser caminhoneiro, pois se existe um lugar onde se sente confortável, é atrás de uma direção. Ele começou a trabalhar cedo – aos 5 anos, já entregava os sapatos engraxados pelo pai, analfabeto e portador de deficiência, que nunca deixou faltar em casa arroz, feijão, farinha e carne. Além de lustrar sapatos, ele também cuidava dos jardins da vizinhança, cultivando no filho valores nunca esquecidos.

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Amor à moda antiga

📸 Foto do Tom Jobim de autoria desconhecida.

Nós nos aproximamos na fase adulta, e a afinidade foi instantânea. Descobri com ele que certos amores são raros: não fazem morada na gente como uma paixão avassaladora. Há aqueles gentis e moderados, não menos intensos ou importantes, que marcam presença nos momentos de alegria e de tensão.

É assim que me sinto com ele, que não me tira o sono – só me injeta coragem para enfrentar a folha em branco de cada dia.

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Já escutou o seu chamado?

Telma era uma adolescente quando ouviu o chamado da vida: transformar a vida das pessoas. Entrou na faculdade de Psicologia e, para ter uma visão mais crítica e mais lúdica, emendou na Psicanálise e na Pedagogia. Suficiente? Não, ela precisava atingir o coração e a mente das pessoas e por isso foi atrás de um MBA de Planejamento Estratégico. Incansável, arranjou ainda fôlego para fazer Teologia.

Com a Amanda foi diferente: 5 faculdades no currículo – 4 incompletas e uma em andamento – não foram suficientes para decidir por um caminho. O pai, que se encontrou em um workshop de mindfulness, pensou que seria útil para sua princesa um curso alternativo e inspiracional com o título “Como encontrar um trabalho que você ame”. Foi o presente de Natal da filha.

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A história não contada

Foto de Maria Victória, na exposição do MIS Experience, em cartaz de março a julho de 2022, em São Paulo

Maria Victoria nasceu em Montevidéu, mas foi em Paris que ela conheceu o homem com quem viria a se casar: o pintor brasileiro Candido Portinari. Casaram-se em 1930 e se estabeleceram no Rio.

Maria teve um papel fundamental na carreira do marido. Além de musa, foi quem assegurou ao artista a dedicação exclusiva à sua arte. Portinari só deixava o estúdio com a comida na mesa. Cuidou, ainda, do filho, nascido sob a sombra de um pai famoso.

Ela se exilou com ele no Uruguai e só se separou do homem que amava, aparentemente, para não endossar sua teimosia. Portinari, que odiava se sujar, a ponto de trabalhar de terno e sapato branco, intoxicou-se com o chumbo e os outros elementos químicos da tinta.

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A verdadeira história de Astolfo

Fonte: Fine Art America/Pinterest

Há meses Astolfo vê o sol nascer quadrado. Os vizinhos estranharam o sumiço daquela figura vistosa e simpática, que andava de lá para cá, fazendo amigos com facilidade. Não passava pela cabeça de ninguém o problema que ele tinha. Astolfo era cleptomaníaco.

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Shavasana

Com o corpo pesado do exercício, rendo-me à posição final da prática de yoga, a mais simples e a difícil, pois exige total entrega e o reconhecimento da vulnerabilidade em mim. Respiro uma, duas, três vezes. O chão duro, coberto por um leve tapete, me abriga como um abraço saudoso.

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Entre notas e letras

Emília não gostava de música, encontrava-se nos livros. Não sonhava com o príncipe encantado, mas em ser livre. Por isso, tinha sempre um verbo afiado na boca. A família e as amigas não se conformavam e a obrigavam, vez ou outra, a sair de casa. Foi em um baile, o evento mais esperado pela pequena cidade, que ela conheceu um rapaz de cabelo engraçado e óculos redondo. Sua voz tinha um ritmo diferente e suas mãos bailavam com o vento, como se ditassem as notas ao seresteiro.

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