Talvez você não reconheça o nome dela, pois na escola ela não rendeu matéria. Se fosse em outro país, sua história certamente já teria ganho as telas.

Todo mundo sabe que no século XIX o Brasil era outro. Às mulheres dava muito desgosto – principalmente, àquelas que, como Maria Quitéria, tinham muito na mente e medo nenhum de ser independente.

Para realizar seu sonho, Maria Quitéria de Jesus tornou-se outro. Sim, virou Soldado Medeiros. Afinal, não tinha outro meio para seguir seu destino e ajudar a livrar país do controle alheio. E ela não fez feio!

De farda e cabelos cortados, infiltrou-se no exército e, pela disciplina e habilidade com armas, logo alcançou êxito. Seu pai a denunciou, mas o major a apoiou. Quitéria ficou. Com saia e adereços, uma tropa liderou e os portugueses expulsou.

Tornou-se “Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro” pelas mãos de ninguém menos que Dom Pedro I. A heroína da Independência se casou e teve uma filha, mas morreu esquecida. É por isso, que antes tarde do que nunca, sua garra e história precisam ser enaltecidas.

Sua desobediência ao pai e à convenção, não por teimosia mas por convicção, não podem ser esquecidas. Há brigas que precisam ser vividas, há lutas que precisam ser vencidas, principalmente quando há coração e determinação envolvidas.

Há 61 anos, em um 21 de agosto, Maria Quitéria deixou essa vida, cega e sozinha. Contudo, seu legado reside em cada mulher e cada menina que não se curvam à hipocrisia e fazem da coragem um estilo de vida. Viva Maria Quitéria!