Busca

Doce Viagem

O melhor da vida na nuvem

Categoria

Músicas e Histórias

Chiquinha Gonzaga

Foto: @imoreirasalles, que torna disponível na internet seu acervo de manuscritos e partituras de Chiquinha.

“Eu não entendo a vida sem harmonia”, informou ao marido Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a Chiquinha Gonzaga, autora da primeira marchinha de carnaval e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Ela se separou daquele homem com quem foi obrigada a se casar aos 16 anos de idade. Não foi fácil. Teve que deixar os filhos e foi considerada morta pelos pais. Para (sobre)viver, dedicou-se à música que transbordou cedo do seu coração – aos 11, compôs sua primeira canção. Imagine quantas críticas ela ouviu e ainda hoje ouviria.

Que mãe é essa? Que mulher é essa?

Continuar lendo “Chiquinha Gonzaga”

Sobre Amelia, criatividade, mistérios, escrita e coragem

Fonte: Observer

“O que aconteceu com Amelia Earhart que segura as estrelas lá no céu?”, perguntou o New Radicals em uma música de 1998, quando o desaparecimento da aviadora se mantinha um mistério.

Ela foi declarada morta em um 5 de janeiro, há 83 anos, após quase 2 anos de buscas. Nascida em 1897 nos EUA, ela decidiu aos 23 que o seu destino era voar. Tornou-se parte de uma geração de mulheres disposta a promover mudanças – no caso dela, não só estéticas, com seus cabelos curtos e calças compridas (foto 1), como também na ambição e nas escolhas.

Continuar lendo “Sobre Amelia, criatividade, mistérios, escrita e coragem”

Chico, o papagaio da fadista

Foto: @tatirlima

Mal entrei na casa da artista e um agudo ecoou no ambiente. Não era uma nota musical, mas um aviso de que (mais) uma parte de Amália Rodrigues se mantém viva e atende pelo nome de Chico.

A rainha do fado era fã de papagaios. Chico conviveu com ela entre 1991 e 1999, ano de sua morte. Nativa da África Subsaariana, essa espécie cinzenta, quase prata, é considerada a mais inteligente do mundo. Quando abre as asas, revela uma cauda cor de sangue.

Continuar lendo “Chico, o papagaio da fadista”

O Som do Amor

Logo nos primeiros minutos de Toscana, uma produção dinamarquesa e italiana da Netflix, uma música me chamou a atenção. A melodia parecia tão… familiar.  Espera, Roberto e Erasmo… em italiano?

Pois sim, “L’Appuntamento” é a versão de “Sentado à beira do caminho”, na voz de Ornella Vanoni. A canção foi gravada também por outros artistas. No canal de Andrea Bocelli no YouTube, há um vídeo de um show em Las Vegas, com um comentário que me emocionou:

Continuar lendo “O Som do Amor”

Vida longa ao iPod

A Apple decidiu encerrar a fabricação do ipod, já em desuso. Mal sabem eles que eu continuo a caminhar todas as manhãs com uma versão de 2005 ou 2006. Na época, eu trabalhava em uma agência de marketing de guerrilha e cruzava a Berrini com um radinho a pilha pequenino, sem visor, dotado de um único botão. Eu não podia nem escolher a estação. Ao pressionar o botão, o aparelho saltava de emissora. Não era possível nem visualizar a frequência. Ainda assim, achava muito legal a exploração e a surpresa.

Continuar lendo “Vida longa ao iPod”

[Músicas e Histórias] “Eu deixei a pintura compor a canção para mim”

1200px-Van_Gogh_-_Starry_Night_-_Google_Art_Project
Foto da Wikipedia – Tela “A Noite Estrela”, de Junho de 1889, pertence ao MoMa

Assim explicou Don McLean a criação de Vincent, tributo que prestou na década de 1970 a Van Gogh[1]. A ideia surgiu, segundo o compositor, após ler uma biografia do pintor holandês. Em entrevista ao inglês The Telegraph, ele confessou que ficou tão tocado pela história que decidiu desmistificar o mito de que Van Gogh era louco[2]. Continuar lendo “[Músicas e Histórias] “Eu deixei a pintura compor a canção para mim””

[Músicas e Histórias] A Melodia do Silêncio

meditation-1794292_640
Foto: Pixabay/truthseeker08

Por Thich Nhat Hanh*

“Na música, existem três momentos de “descanso”, de não som. Se tais espaços não existissem, tudo seria um caos. A música, sem momentos de silêncio, seria caótica e opressora. Quando nos sentamos em silêncio com um amigo, sem dizer nada, trata-se e um momento tão precioso quanto as notas de silêncio necessárias à música. O silêncio compartilhado entre amigos pode ser melhor que a conversa. Continuar lendo “[Músicas e Histórias] A Melodia do Silêncio”

Que música te representa?

guitar-2596726_640

Eu tinha nove anos quando pisei pela primeira vez no Crematório da Vila Alpina. O dia estava nublado e chuvoso, enfatizando a tristeza do adeus. A imaginação, a ingenuidade e a dor de uma criança que se despedia do seu amado avô criou memórias fragmentadas e até sombrias, infiltradas de uma sinfonia fúnebre intercalada com vozes do além e som de ossos se quebrando.

Temi por muitos anos a segunda visita, que chegou, inevitavelmente, há menos de dez anos por uma pessoa não menos amada. Não me despedi da minha bisavó ali, porque a carrego dentro de mim, assim como a meu avô. Contudo, aquele dia monocromático tornou-se um marco sem graça de uma vida sem ela.

Lembro-me da música preferida dela preenchendo aquele salão, entorpecendo-me de dor.  Dessa vez, porém, aquela cena não deixou marcas ou registros em mim. Nada, nem o tempo, é capaz de me roubar a imagem que guardo dela ouvindo aquela canção, na sala da casa dos meus pais. O sorriso fascinante que abria e a lágrima que junto caía. É isso que guardo comigo.

Essa música tocou em uma passagem recente por aquele lugar. Mesmo comovida com a perda de uma pessoa querida, não pude deixar de notar as contradições (ou seriam ironias?) da vida.  Continuar lendo “Que música te representa?”

Blog no WordPress.com.

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: