“O que aconteceu com Amelia Earhart que segura as estrelas lá no céu?”, perguntou o New Radicals em uma música de 1998, quando o desaparecimento da aviadora se mantinha um mistério.
Ela foi declarada morta em um 5 de janeiro, há 83 anos, após quase 2 anos de buscas. Nascida em 1897 nos EUA, ela decidiu aos 23 que o seu destino era voar. Tornou-se parte de uma geração de mulheres disposta a promover mudanças – no caso dela, não só estéticas, com seus cabelos curtos e calças compridas (foto 1), como também na ambição e nas escolhas.
Amelia foi a primeira mulher a voar em maior altitude e velocidade, além de ter sido pioneira na travessia do Atlântico. Quando desapareceu, aos 42 anos, buscava mais um recorde: dar a volta ao mundo.
Estava casada com o escritor George Putnam, após ele a pedir em casamento 6 vezes. Em terra, ele acompanhava as aventuras da esposa e patrocinou as buscas por ela após o desaparecimento do avião.
Em 2 de julho de 1937, Amelia estava a caminho de Howland, entre a Austrália e o Havaí, quando comunicou, já com pouca gasolina, dificuldade em encontrar o local de pouso. A notícia do desaparecimento correu o mundo, assim como as fake news. Uma delas dizia que, às vésperas da II Guerra Mundial, a aeronave da americana, suspeita de espionagem, tinha sido abatida por forças japonesas.
Em 1940, parte de uma ossada foi encontrada na ilha de Nikumaroro, também no Oceano Pacífico. Foram décadas de análise científica. Lembro-me de escutar a notícia sobre os avanços na investigação em meados de 2016. A informação foi parar em um cantinho do meu subconsciente, onde se juntou a todo o fascínio pela figura de Amelia.
Luiz Antonio de Assis Brasil chama, em seu livro “Escrever ficção”, de “geleia geral” a mistura criativa que ninguém sabe de onde surge. Saímos juntando fios soltos para formar uma história. Amelia me inspirou a criar Maria, protagonista de “Menina Pra Casar”, porque nós, meninas e mulheres, independentemente da idade, precisamos ser lembradas de que os sonhos só decolam quando seguramos firme o manche e tocamos as estrelas do céu.
Viva Amelia!
05/01/2023 at 6:52 pm
Menina pra casar, um dos meus livros preferidos e inspiradores. Amoooooo e recomendo.
CurtirCurtido por 1 pessoa