
“Eu não entendo a vida sem harmonia”, informou ao marido Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a Chiquinha Gonzaga, autora da primeira marchinha de carnaval e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Ela se separou daquele homem com quem foi obrigada a se casar aos 16 anos de idade. Não foi fácil. Teve que deixar os filhos e foi considerada morta pelos pais. Para (sobre)viver, dedicou-se à música que transbordou cedo do seu coração – aos 11, compôs sua primeira canção. Imagine quantas críticas ela ouviu e ainda hoje ouviria.
Que mãe é essa? Que mulher é essa?
Chiquinha compôs 77 peças de teatro e 2 mil canções. Neta de escrava alforriada, contribuiu para o Movimento Abolicionista. Alheia aos comentários, fez a ponte entre as ruas e as casas de espetáculo, entre a música do povo e a música clássica.
Morreu neste dia (28/02), em 1935, aos 88 anos, na cidade onde nasceu (RJ).
Apesar de todos os esforços, não foi esquecida. Sua marchinha é entoada até hoje nos carnavais, sua coragem faz parte da nossa linhagem. Aposto que foi essa a história que Dona Risoleta contou para Maria.
Aguardem: “Menina Pra Casar” vem aí.
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