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autoconhecimento

Já escutou o seu chamado?

Telma era uma adolescente quando ouviu o chamado da vida: transformar a vida das pessoas. Entrou na faculdade de Psicologia e, para ter uma visão mais crítica e mais lúdica, emendou na Psicanálise e na Pedagogia. Suficiente? Não, ela precisava atingir o coração e a mente das pessoas e por isso foi atrás de um MBA de Planejamento Estratégico. Incansável, arranjou ainda fôlego para fazer Teologia.

Com a Amanda foi diferente: 5 faculdades no currículo – 4 incompletas e uma em andamento – não foram suficientes para decidir por um caminho. O pai, que se encontrou em um workshop de mindfulness, pensou que seria útil para sua princesa um curso alternativo e inspiracional com o título “Como encontrar um trabalho que você ame”. Foi o presente de Natal da filha.

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Shavasana

Com o corpo pesado do exercício, rendo-me à posição final da prática de yoga, a mais simples e a difícil, pois exige total entrega e o reconhecimento da vulnerabilidade em mim. Respiro uma, duas, três vezes. O chão duro, coberto por um leve tapete, me abriga como um abraço saudoso.

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Uma Vida sem Waze

BuzzFeed / Manuel Dietrich Photography

 

Se tinha um propósito na vida, como vários coachings, mentores, psicólogos e especialistas na vida alheia defendiam, o de Laura era esse: nada de monotonia, só felicidade extrema, a qualquer custo. Ela trabalhava duro para isso – malhação pesada, além de visitas semanais à psicóloga, massagista, cabeleireiro, manicure e pedicure. Casou-se, separou-se, adotou um gato, arranjou outro(s) namorado(s), viajou o mundo e conquistou uma vaga super disputada em uma multinacional. Até o dia em que o rótulo de bem-sucedida, junto com todos os outros, deixou de ser suficiente. Nenhum lhe cabia mais. Aquele vazio, mesmo rebocado, fazia um barulho incômodo – como o eco dos pingos do chuveiro na madrugada vazia.

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Passeio no Parque

Deixo a casa sozinha sem fone de ouvido, sem documento, condenada a desfrutar da minha própria companhia, do anonimato como uma fuga da rotina. Cruzo ruas e pensamentos, desvio de carros e sombras, reparo nas cores e ruínas de uma cidade que insiste em me lembrar da constante transição da vida.

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Caçadores-coletores

Margaret ganhou esse nome em homenagem a uma antropóloga famosa de quem seu pai, professor de História, era grande admirador. Foi com ele que ela aprendeu a estudar hábitos e costumes de civilizações antigas, vibrando com cada descoberta de pesquisadores,  arqueólogos e cientistas. Com a mesma curiosidade com que investigava o passado, ela também passou a observar o presente. Deslumbrava-se com as semelhanças entre a sua geração e aquela que visitava nos livros e museus.

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As gêmeas

Imagem: Ayumi Takahashi

Julia e Juliana eram gêmeas idênticas – pelo menos, na aparência. Mais velha, Julia vivia no futuro, listando onde queria estar nos próximos 5 e 10 anos. Mais nova, Juliana vivia no presente, desapegada do relógio, dedicada ao agora.

Julia vivia uma ansiedade incondicional, perseguindo o que queria implacavelmente, insatisfeita com o ritmo e com os resultados, ainda que temporários. Juliana vivia uma tranquilidade incondicional, uma tarefa por vez e uma fé inabalável na conspiração arquitetada pelo Universo para suprir suas necessidades.

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Só uma palavra ou um estilo de vida?

Impermanência, palavra mais bonita, que me acalma e me anima a seguir com a vida; palavra mais assustadora, que me faz sentir oca, desesperada e sofredora.

Impermanência, lista provavelmente infinita: é dedo na ferida, lágrimas caídas, emoções vividas, imaginação viva.

Impermanência, que varre tudo: sentimento, experiência, conflito, relação, briga, birra.

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A moça do Kindle

Ela o carregava dentro de uma bolsa pequena de couro marrom. Uma biblioteca compacta, com livros em Português, Espanhol e Inglês, dos mais diferentes gêneros, apropriados a diversas situações, propósitos e humores.

Era a ele que ela recorria no metrô ou na sala de espera do dentista; entre reuniões ou nas fugas repentinas para um almoço solitário, só para terminar aquele capítulo que lhe esmagava o peito.

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