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O Professor Hermógenes costumava dizer que “quem usa a Yoga como ginástica – o que é muito agradável e eficaz –  está comendo a casca da banana e jogando o miolo fora”. A baiana Daniela explica melhor essa colocação. “A prática do Hatha Yoga, que é mais comum aqui no Ocidente, tem esse poder de fazer com que as pessoas comecem apenas praticando posturas e respiração e, aos poucos, passem a adotar um estilo de vida de Yoga integral. Isso acontece porque a prática faz com que a gente se reconecte com a nossa essência. Uma vida de Yoga nada mais é do que um estilo de vida equilibrado e consciente, voltado para o autoconhecimento e para o bem comum”.

Ela vê em si essas mudanças. “Além da parte física mais superficial (ter um corpo mais alongado, firme e consciente), eu sinto que tenho uma visão mais clara das coisas e do mundo. Além disso, vejo que as flutuações da minha mente não podem mais me perturbar verdadeiramente, pois não me identifico com elas. Uma vez que se descobre a fonte da paz interna, dificilmente a pessoa volta a se perturbar de maneira profunda com as coisas externas, sejam elas da mente, do corpo ou do mundo. Segundo a própria visão do Yoga, nada mudou: eu apenas hoje estou sintonizada com a minha verdadeira natureza. A gente não pratica yoga pra mudar nada em nós mesmos, apenas para descobrir aquilo que já somos, mas nos esquecemos: a felicidade plena, a pureza, a paz verdadeira”.

Em meio a um mundo doente, corroído pela cobiça do ser humano nas mais variadas formas, Dani é hoje a autora de um blog, o Respire, e a criadora de personagens que espalham sentimentos positivos pelo mundo on e offline.  “O blog surgiu de um desejo de compartilhar os ensinamentos do Yoga com uma linguagem simples, que a maioria das pessoas pudesse entender. Os yoginhos surgiram na mesma época, mas a princípio eram só desenhos que eu fazia para homenagear Krishna (o yoginho azul principal do Respire). Um dia eu pensei em mostrar um desses desenhos na página e ver o que acontecia. E deu certo! Rapidamente surgiu o nome “yoginhos” (com “gi” mesmo, como uma referência à palavra “yogi”, aquele que pratica Yoga). E aí pronto, comecei a fazer outros desenhos, camisetas… hoje eles têm vida própria!”

E o retorno vai muito além de likes, compartilhamentos e até das práticas. “O maior tesouro é ver como o fruto do meu esforço é, majoritariamente, o bem proporcionado às pessoas em um nível muito pessoal e íntimo. Saber que, pelo menos, por alguns instantes, a pessoa consegue se sentir livre e em paz. Isso, sem dúvida, é o melhor retorno de todos”.

O yogue Swami Vivekananda diz que o mundo não é bom nem mau, uma vez que cada homem constrói seu próprio mundo. Só que a gente deixa um legado para ele também. Com a Yoga e seu estilo de vida, Dani reconheceu e aceitou a sua própria natureza, passando a contribuir, do seu jeito único, para um mundo melhor para os outros, não melhor que os outros.

E você? O que você está fazendo pelo mundo?