Chegou como qualquer outro passageiro, somente em busca de seu assento. Não demorou muito para sacar da sacola uma revista e uma lupa. Escorregou seus olhos por cada palavra, sem pressa ou vergonha. Saciou sua fome de conhecimento ao espremer cada sílaba cuidadosamente.

Ninguém mais parece ter percebido a cena – tampouco a moça, que se sentou ao seu lado por um tempo. Ele, com certeza, nem se deu conta de outro ser vivo ao seu redor, pois não desviou o seu olhar por um minuto sequer. Estava completamente entregue ao momento, hipnotizado pelo alimento à sua frente.

Era o senhor do próprio destino, incólume à ansiedade do mundo atual, comprometido exclusivamente com nada além do seu tempo.