
Se posso fazer-te um pedido, peço que me respondas: Como fazer as pazes contigo e encontrar um abrigo para tantas prisões que levo comigo? Não basta roubar-me a jovialidade? Tens que me dar um vislumbre da liberdade e a perda de tantas possibilidades, da espontaneidade e da suavidade essa luta ferrenha para preservar a minha individualidade? És testemunha do tanto de egocentrismo, conformismo, escapismo, falta de compromisso, escassez de empatia e romantismo... Cadê o humanismo? Haja misticismo! Parece que minhas vísceras estão retorcidas, mal desce a comida, tampouco as palavras são digeridas e as noites bem dormidas. Se tu soubesses... que não sou só eu que estou sofrendo por ver-te assim correndo, tão sem freios, e scancarando bloqueios, expondo medos, humores e segredos, desafiando o limite, exigindo mudanças e obrigando todo mundo a entrar na dança, até quem não se permite. Se posso te fazer um pedido, não sejas assim tão perdulário, não aguento mais esse calvário nem te ter como adversário. Desculpe o desabafo, mas preciso de um abraço e ressignificar o nosso laço. Porque há dias, acredite, que eu mesma me esqueço do motivo pelo qual eu faço o que eu faço, vivendo assim um eterno cansaço. Sinto-me uma sobrevivente e por isso peço que aceite esse bilhete, um simples gesto de alento, pois me serve de lembrete de que não vale a pena tanto sofrimento. Vixe, eu sei que não há um caminho perfeito e juro que não escrevo essas linhas por despeito, sou grata demais por tudo que tenho. É que para desanuviar mesmo o meu peito, eu preciso lhe dizer do que suspeito: se todo mundo se dispusesse a fazer um pouco direito esse mundo, essa vida podia ter é jeito. Ah, como eu queria acertar em cheio, desviar-me do tiroteio e levar a vida como um eterno veraneio! Assim nada te peço, só me despeço, com todo meu respeito, deixo aqui um beijo, um suspiro e o agradecimento desse ser tão imperfeito.
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06/02/2020 at 11:22 am
Lindo!
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