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Há quem diga / que no confinamento / não há poesia.

Se aceita um conselho de amiga, / aproveite esse momento turbulento / para abrandar a fantasia.

Vê se desliga / de todo e qualquer pensamento / que te anestesia.

Deite-se de barriga, / esqueça o abatimento / e também a teimosia.

Murmure, se quiser, uma cantiga / e abra seu coração ao Firmamento, / porque a única heresia

é não perceber que a sua fadiga / vem de um mundo barulhento / que “vende” tudo em demasia.

Quando você se desliga / e se deixa levar como um cata-vento, / você percebe a quantidade de cortesia

que te cerca e interliga, / desde o nascimento, / sem hipocrisia.

Eu espero que você consiga / entender que esse momento / é, na verdade, uma travessia.

Que todo Amor que há em mim te bendiga, / e com esse chamamento, / que você descubra uma vida que realmente extasia.