Como a bailarina em uma valsa,

a pétala flanou pelo ar

até pousar no chão.

Sua delicadeza não passou despercebida

principalmente pelo coração,

calado de dor por se recusar a entender

que o fim é um desfecho,

mas também um começo.

É sinal de maturidade,

disse a pétala,

e também de muita coragem,

fundamental ao viver

de qualquer ser.

É hora de voltar à terra,

de retomar o centro,

de descobrir a força de nada ser,

e se libertar da ilusão de tudo querer.

Pois o tudo não cabe no tempo,

embora digam

que há tempo para tudo.

Ainda mudo,

o coração se entregou a uma valsa,

na esperança de viver a promessa

do renascer de um novo mundo.