Oito horas depois daquela barata cruzar o caminho de Laura, ela ligou para a empresa de dedetização, cujo anúncio havia sido fixado três semanas antes no elevador do prédio.
Uns disseram que era exagero dela; outros, mais inclinados a teorias da conspiração, que havia sido uma jogada de marketing para que ela sentisse a necessidade e adquirisse o serviço.
Laura preferiu acreditar nos “sinais” e agendou o procedimento para a única data disponível: um sábado.
Uma ligação, estritamente de negócios, foi suficiente para que qualquer formalidade fosse abandonada no dia D:
“Oi, Lau, sou eu, Lu, qual é a situação?”.
Ela resolveu não dar atenção à escancarada intimidade, focando no necessário: o histórico de insetos nos últimos cinco anos. Fã da Ciência, ela sabia a importância de relatar cada sintoma para obter o tratamento correto.
O jovem exterminador, dono de uma firma com o nome de um cachorro famoso e vestido como um caça-fantasma para eliminar insetos nada amigáveis, parecia mais interessado em observar o ambiente: a coleção de miniaturas de monumentos, além de livros e filmes organizados por gênero e cor na estante.
E foi ali que Laura, tão cética com os aplicativos de namoro, entendeu que o Universo, mais do que mandar sinais sutis, tem um senso de humor do caramba!
Esse post foi originalmente publicado no blog Mais Um Café?
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