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Li, recentemente, a história de um grupo perseguido e expulso das terras onde vivia. A palavra “refugiados” não existia naquela época, por volta do século VII. Ainda assim, como hoje, a chegada dessas pessoas “estranhas” à costa oeste da Índia foi tumultuada, pois muitos moradores se mostraram contrários à permanência deles ali.

Diante do burburinho, o rei chamou o grupo para uma audiência, na qual expressou sua preocupação da seguinte maneira: “Este copo de água sobre a mesa é o meu reino. Está cheio de água, está cheio de gente. Não há espaço para mais água, não há espaço para mais pessoas.”

O líder dos refugiados ouviu a explicação. Sem dizer uma palavra, ele derramou sobre o copo à sua frente uma colher de açúcar. Mexeu o líquido com delicadeza. Só, então, voltou os olhos ao rei e disse:

“Assim como o açúcar derrete na água e a adoça, meu povo também se dissolverá entre o seu e o adocicará.”

Os zoroatristas, expulsos da Pérsia (atual Irã) pelos muçulmanos, formaram na Índia, país que ajudaram a desenvolver, a sua maior comunidade.

Ao compartilhar essa história, o autor de “A virtude da raiva”, da Editora Sextante, não chama a atenção somente para a tolerância religiosa, mas também para a escolha que todos nós podemos fazer, diariamente, dentro dos nossos círculos, diante das inúmeras divergências.

“Pense no valor que você traria àquele copo d’água e transforme-o em seu princípio de vida para garantir que esteja sempre deixando a água um pouco mais doce’, sugere Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi.

Para subverter a cruel realidade, vale transformar em mantra o que aquele velho “filósofo” brasileiro (sic) repetiu à exaustão: “adocica, meu amor, adocica.” 😉