Foi em um 14 de agosto, há exatos 200 anos, que D. Pedro partiu para apaziguar ânimos em SP.
Ao lado do pai e da avó, foi o primeiro príncipe de uma casa real europeia a por os pés no Novo Mundo. Foi descrito por um embaixador francês como “uma pomba em meio a corujas”. Seu biógrafo Paulo Rezzutti diz que ele era um “homem impulsivo, de riso fácil, de educação abrutalhada e sem refinamento.”
Não tinha a polidez da primeira esposa, mas atravessou o Atlântico na companhia de “Eneida”, de Virgílio. Compôs músicas, uma delas executadas por Rossini.
Fã de esportes, Pedro chamava a atenção pelo seu porte e vigor físico. Em uma carta ao pai e à irmã, D. Leopoldina teria dito que o “mui amado esposo não me deixa dormir, até que lhe disse sinceramente que estava abatida”.
Em São Paulo, ele conheceu aquela por quem se tornaria o “Demonão”, mas essa já é outra história.
O que importa é que, neste dia, há 200 anos, D. Pedro partiu do Rio sem saber que mudaria a sua e a nossa vida. Ao ler uma de suas biografias, sinto que ele nasceu e morreu em Portugal, mas tinha mesmo uma alma brasileira.
Foi uma figura controversa e carismática, capaz de muito, mas senhor de escolhas duvidosas e obscuras. Passou de herói a tirano. Abdicou em 7/4/1831, partiu para o exílio e nunca se esqueceu do Brasil. Escreveu ao filho: “… naquele país, ao qual jamais meu coração jamais deixou de pertencer, apesar de tanto que sofri pelo amar, como se fosse nele nascido!”
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