Quem é feito de carne, osso e emoções sabe que a vida é bem diferente do feed do Instagram. Há conflito, mau humor, dilemas, decepções, tristeza, surpresas…

O dia 17 de novembro de 2021 poderia ter sido só mais uma quinta-feira na vida de Grazi. Imagine só: ela acordou cedo, pronta para um banho energizante, quando descobriu que o aquecedor de água não estava funcionando. Foi preparar o café da manhã e… o micro-ondas pifou. Sacudiu a poeira para enfrentar a agenda e… foi alvejada por um passarinho.

Sabe o cabelo lavado com água fria?

É, então…

Grazi acumulava motivos para acreditar que aquele não era o seu dia. Só que antes de apontar o dedo para o Universo, ela reparou na Sônia, a colega de trabalho que servia o café com um sorriso nos olhos. Naquele momento, a energia mudou e o dia se transformou – não só o dela.

Esta mulher de múltiplos papéis – mãe do Guilherme e do Rodrigo, casada com o Alexandre, leitora e escritora de livros, investidora de negócios de impacto social, facilitadora no desenvolvimento de times, mentora, conselheira e palestrante – resolveu registrar, não só no seu caderno, mas nas redes sociais, o início do seu dia.

“Eu estava precisando de um desabafo – um rir de mim mesma. Foi um dia tão hilário que parecia piada, cena de filme total. Então, assim meio sem querer escrevi e publiquei”, conta.

A espontaneidade do gesto e a cena tão “a vida como ela é” gerou interação entre “gente de verdade”, como diz Graziela. “Eu me surpreendi com a ‘cola’ que deu”, explica. “De repente, o ‘Bom dia de gente de verdade’, forma que escolhi para nomear a publicação, fez total sentido. Assim, eu tinha nomeado o meu momento diário de humanidade, de pausa, de prazer.”

Grazi não esconde que veste uma lente especial para enxergar a rotina, o que a torna bem mais divertida. “Eu tenho um olhar para o cotidiano muito curioso. Acredito que TUDO que vivemos pode virar história, que o enredo da vida é o mais rico. O desconhecido me atrai demais. Aliás, quando estou em público, fico imaginando quem é cada pessoa, seus nomes, o que fazem, seus segredos. Invento altas histórias. São tantas vozes na mente que o escrever foi meu meio de me acalmar, de organizar e até de compreender o que tinha naquilo que me chamava atenção.”

Filha de italianos, ela diz que faz jus às origens. Impaciente e amorosa na mesma medida, é chamada de otimista e de ingênua, mas nada a desvia da sua missão de promover por onde passa a reconexão com a luz. É isso que tem feito com as reflexões e relatos que compartilha. São histórias pequeninas, cheias de sentido, como pílulas de sabedoria adaptadas a esse mundo líquido. “O que importa é ter vida e tocar vidas”, diz.

Mais do que likes, Grazi tem recebido mensagens privadas com pedidos para que ela não pare de escrever – um incentivo e tanto para quem tira vários aprendizados dessa experiência. “Exercito a liberdade de ser quem eu sou, um descompromisso com a papel ou persona profissional, uma conexão com pessoas que adoro e com outras que tenho conhecido, um brincar de ver no que vai dar, exercício de criatividade e, muitas vezes, de bom humor.”

E ela avisa: o bom dia, boa tarde ou boa noite de “gente de verdade” é fruto da inspiração do momento, sem regras ou obrigações, nem a preocupação do certo ou errado, do bonito ou feio, ou até da infantilidade presente. É um remedinho coletivo, bom e barato, apesar de escasso para (re)aprender a viver com leveza.

Se você é gente de verdade, “bora” seguir a Grazi no Instagram.