Shakespeare dizia que o “o amor não se vê com os olhos, mas com o coração”. Deve ser por isso que o amor ignora origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. O amor transforma – o indivíduo e o mundo ao seu redor.
Foi assim com Gustavo, que esbarrou em um amor novo há cinco anos, quando ganhou de presente de aniversário a golden retriever Pagu. “Tudo mudou na minha rotina. Passei a ter horário para tudo em função dela. Antes levava uma vida desregrada, não parava em casa e odiava a rotina. Passei a admirar a pontualidade e, acima de tudo, vi uma evolução na minha vida, me sinto uma pessoa melhor espiritual e fisicamente”.
Parece exagero? Não é. Quem já teve um animal do coração, um melhor amigo, um amor sabe que a transformação não pode ser medida em passeios, lambidas e brincadeiras. “Aprendi, aprendo e aprenderei muito. Todos os dias é um constante aprendizado. Uma lição que eu gosto foi a mudança do olhar. Eu desenvolvi uma visão 360°. Saí daquele universo casa-trabalho-trabalho-casa. Hoje eu observo tudo, vejo a dificuldade dos idosos na rua, o trânsito, o desrespeito, a solidariedade das pessoas e a falta de solidariedade das pessoas, o ambiente, a rua. Aprendi o quão importante é o outro. Eu me sinto bem privilegiado em ter aprendido dessa forma, de tirar o olhar do próprio umbigo e olhar o mundo”.
O que se constrói nessa relação de poucas palavras e muito companheirismo e confiança não poderia ter outro nome. “É um outro amor, mas se chama amor. É uma lacuna que só os animais de estimação conseguem preencher. Não substitui o amor de uma mãe, o amor do grande amor, o amor pelo trabalho, o amor pela vida, mas posso dizer que a Pagu é um pedaço de mim. O dia em que ela faltar estarei de alguma forma deficiente”.
Quem já teve a sorte de ter na vida uma Pagu não estranha as palavras de Gustavo. Sabe que esse amor é único e nunca deixa de fazer parte da gente. Porque, como um dia explicou John Grogan, “um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Dê seu coração a ele e ele lhe dará o dele. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?”.
*Post dedicado a todos os amores puros, como do Gustavo e da Pagu. E a todos os cachorros da minha vida, em especial à Xuxiane Violeta Cristina. Always.
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