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Desenho feito por Sir Colin St John Wilson, em 1991 (Arquivo BL)

Há diferentes motivos para visitar (mais de uma vez) esta biblioteca durante sua passagem por Londres. O principal não consta nos guias de turismo: a oportunidade de se sentir pequeno, diante de tanto conhecimento, e grande, pelo que o homem é capaz de produzir.

A Biblioteca Britânica entrou em operação em 1973 com a fusão dos acervos de várias instituições. O mais importante deles, sem dúvida alguma, era o do Museu Britânico, cujo Departamento de Livros Impressos foi fundado mais de 200 anos antes e teve como frequentadores Lenin, Dickens, Karl Marx e Virginia Woolf.

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The King’s Library, em foto de Paul Grundy, acervo da BL
O prédio como o conhecemos hoje, na Euston Road, bem ao lado das Estações King’s Cross/St. Pancras, foi inaugurado em 1998 pela Rainha Elizabeth.

Os cinco andares abertos ao público são claros e modernos. Ao centro, como um coração pulsando,há uma torre de vidro com a biblioteca particular do Rei George III (1760-1820).

Em mais de um andar, sofás e mesas estão espalhados para que qualquer pessoa para trabalhe ou só contemple esse templo e a própria vida. As salas de leitura são fechadas e restritas a usuários cadastrados.

O que torna esse espaço um centro comunitário e de conhecimento quando temos qualquer informação com apenas um clique?

Ora, a Biblioteca soube se reposicionar no tempo. Ela abriga eventos de diferentes naturezas, seminários e cursos. Seu diferencial é ter transformado a sua coleção, de mais de 150 milhões de itens, no seu principal atrativo. Ela possui exposição permanente (os tesouros) e outras temporárias, além de conceder peças para museus e galerias mundo afora.

Entre os tesouros permanentes é possível se emocionar (essa é sim a palavra!) com:

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O manuscrito de Jane Eyre, de Charlotte Brontë. (Arquivo BL)
– o manuscrito de Jane Eyre, escrito por Charlotte Brontë (ao lado).

– a Carta Magna, de 1215.

– manuscritos de músicas dos Beatles, como Yesterday e Hard Day’s Night

– peças de Shakespeare

– diários de Leonardo da Vinci

– cartas de Darwin

– o áudio do discurso proferido por  Nelson Mandela no julgamento de Rivonia.

O calendário de mostras temporárias é impressionante: já vi uma exposição centrada na importância dos animais para a literatura infantil e para adultos; daria meu dedo mindinho para visitar a de Jane Austen, em cartaz até 19/02; e todas as outras que virão, como a do Harry Potter e de Autores Russos.

O acervo da Biblioteca Britânica é formado por manuscritos, mapas, jornais, revistas, músicas, selos etc. São adicionados 3 milhões de itens anualmente, incluindo uma cópia de todas as publicações produzidas no Reino Unido e na Irlanda. Parte da coleção está disponível online, assim como toda a programação de eventos. Aliás, os canais da BL nas redes sociais são imperdíveis: uma joia atrás da outra.

T.S. Eliot disse que a mera existência das bibliotecas é a melhor evidência de que nós ainda podemos ter esperança no futuro da humanidade. A Biblioteca Britânica é não só a guardiã mas também a  melhor expressão desse sentimento. Como tudo que é bom nessa vida, esse passeio é gratuito.

Mais informações sobre a British Library, como horário de funcionamento, aqui.