Nem só de História e ginjinhas vive Óbidos. Ao lado das muralhas do castelo, na antiga igreja de Santiago, hoje uma livraria, reside uma rendeira de fios e versos chamada Natália Santos. Ela se instalou no antigo coreto a convite da Câmara da cidade em 2015. Desde então, recebe os visitantes com um sorriso nos lábios enquanto tece poesia e entrelaça fios dourados e prateados, vendidos como uma joia única.
Natália nasceu em Casais do Júlio, de onde saiu por causa do marido, construtor civil e dono de um estaleiro. Mudaram-se para a aldeia de Geraldes, parte do mesmo concelho de Peniches e distrito de Leiria. Lá ela montou um lar para idosos, emprestando aos moradores o mesmo cuidado que dedicaria à própria mãe.
Mudou-se para Óbidos em 2010, quando entregou o comando dos negócios aos filhos. Na vila medieval, a 80 quilômetros de Lisboa, ela voltou a estudar. As palavras, que já viviam dentro dela, começaram a se alastrar. Natália explica, no trajeto para o coreto, como as duas artes se conectam dentro dela:
“Eu Renda Estou Ligada,
A Mais Bela Poesoa,
Sou Feita Por Mãos de Fada
Não Sei Bem Se Por Magia.”
A poeta rendera, como ela se define, faz diferentes joias, como os brincos e a poesia apresentados no vídeo:
“Só para Ti
Quero-te dar um segredo,
Mas de longe não consigo,
Mete-se em tua orelha,
Vais ouvir o que te digo.
Agora eu que sou teu,
Tenho a certeza que és minha,
Entraste como princesa,
Vais sair daqui rainha.”
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